quarta-feira, 15 de abril de 2015

Desmistificando a rede PERT-CPM.



Especificamente no setor da Construção Civil, muitos profissionais evitam o uso dessa técnica no planejamento das obras, parte devido ao desconhecimento do método ou de seu software, parte pelo estigma de complexa que a rede Pert carrega.


Criada pela marinha americana por volta de 1957 para construção do submarino atômico que conduziria o míssil Polaris, foi denominada Program Evaluation and Review Technique (Técnica de Avaliação e Revisão de Programas) e sua utilização propiciou a redução de 5 para 3 anos a duração daquele projeto.

Já o Critical Path Method (Método do Caminho Crítico) foi desenvolvido pela Dupont Company, empresa de produtos químicos, entre 1956 e 1958, para detectar ausência de folgas no caminho de execução de tarefas, demonstrando os pontos onde o projeto pode se "perder".

Sem computadores acessíveis e softwares específicos, antigamente o planejamento de um projeto era extremamente trabalhoso, sobretudo com aplicação da rede Pert, contudo, nos últimos 20 anos a evolução da microinformática proporcionou aos profissionais enorme agilidade em seu dia a dia, embora estes mesmos profissionais tenham hoje muito mais atribuições do que antes, permanecendo o tempo extremamente escasso, mesmo com a presença de aplicativos poderosos ao seu alcance.

Mas já que os cálculos são feitos pelos computadores, qual o maior trabalho intelectual na aplicação desta técnica?

R: A elaboração da EAP (Estrutura Analítica de Projetos), seguida pela determinação das interdependências entre as tarefas. Portanto, a maior dificuldade está na estruturação das tarefas a serem planejadas e executadas, trabalho que necessita ser feito independentemente da técnica a ser aplicada, ou seja, qualquer planejamento executivo necessita de uma EAP bem elaborada.

Por fim, quais os benefícios práticos que o uso de uma rede PERT-CPM trás?

R: A aplicação desta técnica deve estar atrelada a dois fatores importantes:
1º) não se tratar de planejamento estimativo, para mera apresentação, mas sim tratar-se de planejamento de obras com prazo certo e pré-determinado, mormente aquelas com datas-marco impostas pelo cliente, como, por exemplo, a data de inauguração;

2º)  haja demanda em replanejar a obra sempre que qualquer eventualidade ocorra, recalculando novas datas para as atividades e realocando recursos já empenhados, ou ainda contratando outros, para que os eventos (datas-marco) não sejam impactados com a reprogramação.

Com efeito, o planejamento atrelado a um calendário real e baseado nos esforços dos recursos alocados, conforme sua produtividade, pode facilmente ser ajustado, sem maiores dificuldades operacionais, mantendo a programação da obra sempre em tempo presente. 

Pelo exposto, desnecessário se torna lembrar que o uso de um bom software é imprescindível à execução deste trabalho, preferencialmente integrado ao orçamento da obra.

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